terça-feira, 4 de setembro de 2012

Soja derruba milho, arroz e feijão


Cotada à marca recorde de R$ 75 por saca, a soja vai puxar a expansão da área agrícola em 2012/13, mostram os primeiros levantamentos oficiais de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul. Os três estados são responsáveis por dois terços da produção da oleaginosa e um terço do cultivo de milho de verão, que perde espaço mesmo numa época de preços recordes, quando atinge R$ 25/sc. Está previsto recuo também para o arroz e o feijão.
O Departamento de Eco­­nomia Rural (Deral) do Paraná divulgou ontem que a soja deve crescer 3,9% em área no estado, chegando a 4,57 milhões de hectares, a maior área já registrada. Com isso, tem potencial para 14,99 milhões de toneladas (38,50% a mais que em 2011/12). O El Niño afasta o risco de seca, que derrubou a produção a 10,8 milhões de toneladas na safra passada.

PR pode chegar a 35 milhões de toneladas
Da Redação
A área dos grãos deve se manter em 5,67 milhões de hectares nesta safra de verão no Paraná, mas a recuperação da produtividade – promessa do clima favorável – permitirá ao estado passar de 31,6 milhões para 35 milhões de toneladas na temporada 2012/13, avalia o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara. Ele considera que o ano 2011/12 foi fortemente impactado pelas secas e que a expansão da soja sobre as demais culturas está confirmada. A aposta de 35 milhões de toneladas toma como base uma safra de inverno com volume idêntico ao da última temporada.
Com a promessa de chuva do El Niño, o plantio deve ser antecipado. A semeadura do milho de verão está prestes a começar. Em relação à soja, o governo do estado espera que os agricultores coloquem as máquinas no campo daqui a 11 dias, quando termina o vazio sanitário da ferrugem asiática.
Em Mato Grosso, os produtores também manifestam pressa, para antecipar a colheita da soja. Eles querem aproveitar os preços da boca da safra e plantar milho de inverno logo em seguida.
Além da preocupação sanitária relacionada à antecipação do cultivo da oleaginosa, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja) pede que o setor não use semente RR2 Intacta, que ainda não foi aprovada pela China. Se o grão for misturado à soja RR tradicional, poderá bloquear as exportações.
O milho terá queda de 13,1% na área de cultivo paranaense, para 851,91 mil hectares. A produção esperada é de 6,83 milhões de toneladas (+4,4%, após um ano de seca). Deve haver recuo também no feijão das águas. A área cai 12,2% (para 217,31 mil hectares), mas a produção passa de 341,6 mil para 378,4 mil toneladas (8,8%).
Se o clima cooperar, a soja pode atingir 15,3 milhões de toneladas, avaliou o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. “Felizmente os preços do milho aumentaram na reta final. Do contrário, muitos produtores iriam fazer a bobagem técnica de suspender a rotação de culturas.”
A maior expansão da soja ocorre em Mato Grosso. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) vem confirmando em levantamentos semanais que a intenção de plantio de soja chega perto de 7,9 milhões de hectares, com expansão que se aproxima de 12%. O estado do Centro-Oeste espera colher mais de 24 milhões de toneladas do grão, deixando para apostar no milho no próximo inverno.

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