segunda-feira, 11 de julho de 2011

Senadora Katia Abreu em entrevista

Mongabay - O que a inspirou senhora a entrar na política?

Senadora Kátia Abreu – Comecei a atuar na política em busca de soluções para os produtores rurais e as populações do interior do meu Estado, o Tocantins. Comecei atuando como presidente do Sindicato Rural da cidade de Gurupi, localizada numa região de economia agrícola e muitas deficiências de infraestrutura. Identifiquei os desafios que se impunham ao setor e busquei respostas eficientes para solucioná-los. Na esteira deste trabalho, presidi por quatro mandatos consecutivos a Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (FAET). A defesa da atividade rural continuou norteando a minha vida quando, nesta mesma época, fui eleita deputada federal, primeiro como suplente e depois como titular. Entre 2000 e 2001, presidi a chamada “bancada ruralista” – grupo de parlamentares que defende os interesses dos produtores rurais - na Câmara dos Deputados. Trabalhei muito pelo campo brasileiro e pelo meu Estado. Em 2002, voltei à Câmara como a deputada mais votada do Tocantins, com 76 mil votos e 13% dos votos do Estado. Em 2005, fui eleita vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), quando aprofundei conhecimentos e estabeleci uma estratégia de trabalho para garantir condições ideais de produção ao setor agropecuário. Em 2006, tornei-me senadora pelo Tocantins. Passei a presidir a CNA em 2008, quando pude ampliar o leque de ações em defesa de um setor que gera 1/3 do PIB brasileiro, 42% das exportações e 1/3 dos empregos do País. 

Mongabay - Na sua opinião, por que transformar o Brasil em uma superpotência agrícola? O que está impedindo o Brasil de se tornar um gigante agrícola ainda maior?

Senadora Kátia Abreu – Produzir grãos, carnes, é uma das vocações do Brasil, que tem todas as condições de atender à crescente demanda interna e externa por alimentos, sem comprometer a preservação de 61% do território nacional de 851 milhões de hectares que ainda se encontram cobertos por vegetação nativa. O Brasil é muito eficiente no chamado trabalho dentro da porteira das fazendas. A produtividade da agropecuária cresceu 151%, entre 1976 e 2011, enquanto a área plantada aumentou apenas 31% neste mesmo período. Mas a insegurança jurídica do nosso produtor em relação às legislações trabalhista, ambiental e sanitária, além da falta de atualização da política agrícola, dificulta o crescimento do setor. As deficiências de infraestrutura são o principal entrave ao escoamento da produção agrícola, reduzem a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo e também precisam ser enfrentadas de forma prioritária, para que o País possa se transformar numa potência agrícola mundial.  

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