Após o feriado do Dia do Presidente, comemorado dia (18) nos EUA, a soja
dá continuidade ao movimento de alta iniciado no pregão da última sexta-feira
(15), no qual, as cotações fecharam com leves ganhos. Por volta das 14h10
(horário de Brasília) as principais posições negociadas na Bolsa de Chicago
ganhavam mais de 30 pontos. O vencimento maio, referência para a safra
brasileira, operava a US$ 14,50/bushel.
De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir
Brandalizze, o mercado registra um movimento de correção técnica frente às
recentes baixas. O consultor destaca que com o feriado de ontem (18), o mercado
começou a reavaliar as posições depois da redução na projeção da safra argentina
anunciada pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires na última quinta-feira (14). A
estimativa é que a produção do país alcance 50 milhões de toneladas.
“Com o final de semana prolongado, provavelmente, os grandes investidores
começaram a olhar essa situação e entraram no primeiro dia da semana com
otimismo, puxando as posições para o lado de cima da tabela, tentando firmar
próximos de US$ 14,50 por bushel. E é possível que o mercado tenha fôlego para
buscar preços acima dos atuais patamares”, diz Brandalizze.
No cenário mundial, os fundamentos ainda são positivos, conforme sinaliza o
consultor. Devido às intempéries climáticas, várias regiões produtoras tanto do
Brasil como da Argentina apresentam problemas pontuais. O consultor acredita que
outra situação que o mercado passa a observar é situação dos produtores
brasileiros que diante da redução dos preços no mercado interno brasileiro,
começam a segurar o produto.
“O mercado internacional pode sentir falta dessa oferta nos próximos meses.
E os EUA já exportaram grandes volumes de soja, e se o país continuar embarcando
em ritmo acelerado via obrigar os norte-americanos a vir no mercado importar o
grão a partir de maio e junho para atender a demanda no segundo semestre”,
explica Brandalizze.
Além disso, em tempos de estoques norte-americanos apertados, a demanda
chinesa permanece aquecida, e não dá sinais de retração. A expectativa do
mercado é que após o feriado de Ano Novo, o país retorne às compras. Na última
semana, o Governo chinês liberou as importações de alimentos, antes havia uma
política para tentar reduzir às compras de grãos nos próximos anos, segundo o
consultor. Hoje (19), os exportadores privados norte-americanos reportaram ao
USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) a venda de 120 mil
toneladas de soja em grão à China, para serem entregues na temporada
2012/13.
Milho – O mercado do cereal, ao contrário da soja, opera do lado
negativo da tabela nesta terça-feira (19). Os baixos volumes de exportações
semanais reportados pelo USDA na última semana é o principal fator que exerce
pressão negativa nas cotações futuras em Chicago.
“As comercializações segue em ritmo lento nos EUA. E as boas condições
climáticas em várias regiões produtoras de milho no Brasil, que projeta que o
país plante uma safrinha próxima de 8 milhões de hectares, e caso o clima
continue favorável irá resultar em uma produção ao redor de 40 milhões de
toneladas também é visto como um fator limitante de alta”, relata
Brandalizze.
Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Custódio
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